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sábado, 2 de fevereiro de 2008

Que tenha mais confete e serpentina, bola e rede, abóbora e mandioca! Um novo modelo para o antigo pão e circo...

Em volta duma mesa velhos e moços lebram o que já foi e a verdade aborrece. Sabe-se que quem lembra já viu ou ouviu dizer aquilo que foi, ou seja, é testemunha do ontem e de sua falácias, pois aquelas imagens são forjadas... Nada foi como contam! Não houve tanto brilho e brancura. Havia fome, dor, pobreza e saudade.
Os velhos e os moços de ontem e de hoje lembram de tudo o que passou mas não entendem. Não entedem a colônia que se fez por ordem e para o progresso de outros, os navios negreiros comandados por mulatos, as revoltas abafadas pela força da coroa e a morte do jovem inconfidente que virou herói porque não teve tempo pra fugir. É a única indepêndencia de pai para filho! Tudo é objeto para uma memória que faz embebida em cachaça, samba e futebol.
Agora a mesa, aquela mesa, já é tamborim e cadencia a canção na qual a mãe gentil embala os seus filhos e lhe conta histórias, ou melhor, contos! São contos de uma terra infante que é de toda cor, raça, canto, conto, sabor e aroma.
Enfim, a lembrança do que já foi, ou dizem que foi, corre pelas veias de gente de todas as idades e espalha a doce utopia: um dia houve um berço esplêndido!

Rafael Paixão
Crônica Registrada

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