Eu, que me chamei poeta, conheci uma flor azul.
Inicialmente não vi nela valor, de tão sem graça!
Mas de tanto olhar eu vi que ela era singular.
Então nós fitamo-nos no ar em melodia e
nos apaixonamos... Foi assim que me fiz mel!
Eu me fiz resultado dela... Mas havia a abelha!
Ela machucava a minha flor pra poder me existir.
Como foi difícil tomar a decisão de poupa-la...
Num beijo meu eu disse que ia deixar de ser
e ela ia ter de mim só a lembrança da doçura.
Não chores minha flor! Não busque em ti razões!
Você foi a origem de minha essência e
eu não poderia lhe ver sofrer por mim...
Sobe na roda gigante da vida, põe uma blusa de lã,
sorria, sinta um abraço do sol e sinta-me.
Guarda-me contigo... Esconde-me em ti...
Em num gesto involuntário suspira e me pinta,
usa a caixa de lápis-de-cor que te dei ontem.
O mel não se faz sem flor... Sem sua flor!
Já a flor pode ser faceira mesmo que não haja mel.
Rafael Paixão
Poema Registrado
2 comentários:
:o)
:D
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