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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Minha Loucura

Donde vem a minha loucura? Como fiquei assim?
Sei que é isto que queres saber!
Mas para responder-te preciso de um auxílio
da linha do tempo que nos levará a outro dia.

Vivia eu sem perceber minha própria presença
até que um dia pela primeira vez encontrei um espelho.
Nele eu olhei e vi alguém ali... Nunca o vira antes!
Mas por meio de uma pueril geometria compreendi.

Ali naquele pedaço de vidro estava eu!
Não poderia mais mentir de mim para mim...
Exclamei então sem ar: Encontrei-me!
Eis diante de mim a imagem do meu eu!

Saí para a rua em festa! Corria e saltava!
Encontrei-me! Sei quem sou!
Gritava o neo-revelado eu dentre os passantes.
Uns riam de mim, alguns gostavam e outros fugiam.

Com minha alegria indescritível continuei a correr
até que jovens aprendizes em coro uníssono
assim que viram o meu contentamento gritaram:
Um louco! Vejam o louco!

Mas o vento já havia me despenteado o cabelo,
o sol havia rosado a minha face,
e eu era diferente de todos demais citadinos...
Prenderam-me e seguiram maltratos.

Ali na prisão sem paredes quase enlouqueci verdadeiramente,
Mas guardando a liberdade a antiga loucura, minha loucura
encarei a solidão como liberdade e os dias como esperança.
Foi assim que me tornei louco. Louco pela vida. Tornei-me eu.

A desigualdade aparente com o tempo amainou-se
e depois de conquistar a confiança dos ditos normais
disseram que eu estava livre e poderia partir.
Era tarde... Eu me apaixonara pelo meu louco!!!

Rafael Paixão
Poema Registrado

2 comentários:

Anônimo disse...

Que a loucura permaneça sempre em vc...

A sanidade normaliza as pessoas.Torna-as iguais É o que dizem.Mas, a loucura nos diferencia e é por esse direito que devemos lutar. Pelo direito de ser!!!

Unknown disse...

Obrigado Rita!!!