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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Pentagrama

Boca amarga!
Ressaca...
Mas é diferente,
pois o que eu tenho
é uma ressaca
de sonhar.

Quando a gente sonha
se sente poderoso!
Tem sensações
que nos fazem
ser diferentes
da nossa essência.

Eu me embebedei
de uma espécie
de felicidade
de segunda mão...
Não foi acidental!
Eu procurei...

Como todo viciado
eu quis me aproximar
daquilo que
me destrói!
Infantilidade...
Achei que o sonho existia!

Acordar, depois da cama
girar, foi terrível!
O chão não estava
mais por lá...
A verde campina se foi e
a casinha com lareira desabou!

O céu não era mais azul
e as janelas
não tinham mais flores!
Com dificuldade os olhos
se abrem e vêem
como tudo tornou como antes.

Mas a minha conclusão
é que eu posso viver
sem essa beleza falsa...
Sem o gosto da sua cachaça...
Sem o amor hipotético...
Ainda há vida!

Mas a boca ainda
ficará amarga...
Com o amargor do seu
gosto...
Amarga das suas constantes
inconstâncias!

Todos precisam
de tempo!
Eu já tive o meu!
Agora eu quero
a vida que
é minha... E tudo!

Ainda estou zonzo...
Não percebeu?
Tem algo de bom
nessa forma de escrever!
Não devia poupa-la
desse meu amargor!

Meu piano estará
afinado amanhã!
Eu tocarei a minha
música... Vou chorar!
Talvez ela me machuque,
ou talvez, cure!

Rafael Paixão
Poema Registrado

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