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terça-feira, 22 de junho de 2010

Um ensaio sobre a eternidade

Quanto tempo durará essa nossa viagem?
Nossa vida bela e breve termina
em uma estação comum a todos: A eternidade!
E a preparação para a partida é infindável!

O ingresso de cada um de nós na eternidade
será um ato solitário. O mundo continuará!
Mas para aquele que adentra na eternidade
nada mais nas voltas do mundo será relevante.

Deixaremos todas as listras desse pião
para trás num ato solitário.
E dessa existência não levaremos ao menos
o nosso coração. Só o que há dentro dele!

Em meio a esse ato solitário,
podemos ver e julgar o valor de cada um
dos nossos atos e ações!
Será uma colheita de consequências!

Nosso corpo aprisiona a nossa alma, e,
a morte, sempre justa e pontual
abrirá a prisão para nos libertar!
Será dado o primeiro passo da nova jornada!

Estaremos aptos a dar esse passo?
Seremos forte? Estaremos em paz?
Precisamos cuidar dos valores e desejos
que nos apontam o rumo do caminhar!

E então, alimentar as significações que
enchem de sentido esta nossa vida.
Significações que levaremos conosco até
o fim de nossa existência.

Especialmente, cuidar da existência,
é a capacidade de sentir complacência
e ver nascer, a cada momento,
o outro que está à minha frente.

Lembremo-nos:
Amar ao outro é amar o universo!
Muito se falado sobre os direitos humanos,
mas pensemos em ter deveres humanos...

O dever de ser solidário,
de compartilhar os bens e os dons
com os quais fomos agraciados na vida...

O dever de ampliar o nosso campo de visão,
de modo a abranger não só nossa família biológica,
mas a toda a família humana.

O dever de amar e acolher o órfão, o idoso,
o enfermo, o desamparado...
O dever de socorrer o pobre, o necessitado,
o excluído, o desabrigado...

O que será que a menina de tanto
destituída responderá, no dia em que lhe for
dirigida a seguinte pergunta:
Quem neste vasto mundo amenizou sua dor?

A matéria é limitada pelas leis do tempo
e do espaço, pelo visível, pelo findável,
pelo finito... pela nossa miséria!

O espírito pertence a um mundo sem fronteiras
ou limitações, um mundo onde as aparências se
desmancham, e as essências são reveladas...

Mas, durante um breve lapso de tempo,
espírito e matéria dividem o mesmo palco,
findo tal prazo, da qual segue o seu rumo...

O corpo material, o necessário abrigo
emporário do espírito, recolhe-se ao pó...
Enquanto que o espírito segue sua jornada pelos mundos
invisíveis, eternos, celestiais...

Purificar o coração, lapidar a alma,
ser solidário, generoso, atento, desperto,
de modo a estar apto a deixar o palco da vida
terrena, quando a hora final chegar...

Poderemos ter a sensação de dever cumprido,
com uma consciência tranquila?
Pois, o único objetivo da vida no mundo material
é a entrada no mundo da verdade!

Nós: Descendentes do Pó,
não devemos nos contentar com o ócio de um dia
passageiro, privando-nos do repouso eterno.

Não devemos trocar o jardim de infindável deleite
pelo monte de pó que é o mundo mortal.
Apego, mesquinharia, desamor...

De nossa prisão ascenderemos aos gloriosos
prados do além e, de nossa cela mortal,
alçaremos vôo até o paraíso do infinito.

Rafael Paixão
Poema Registrado

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