Quanto a mim,
sei perfeitamente
como cheguei até aqui.
Veja a lógica da repetição
desse padrão
do qual não poderia fugir.
Veja a cor opaca
nesse padrão simétrico, e agora distante,
que nunca poderia ter evitado.
Não tenho direito a esse desespero.
Porque a multidão de possibilidades
que tive me foi dada docemente por ela.
Ah, que importa que eu não tenha culpa?
No final, tudo o que sei, é que fui eu
que arruinei aquela existência áurea e pacífica.
Que importa que tenha sido uma fatalidade
triste e melancólica ao som de um Sol
que não tem força para aquecer-nos?
Que importa que tivesse sido um belo e
romântico caso, porque eu amava demais
e ela amava-me como não podia nem devia?
Agora estou exatamente onde mereço.
Nada é perfeito.
Tudo é uma busca sem chegada!
E ela vai sempre embora amanhã.
A pergunta é:
Sente a minha falta para voltar sem nunca deixar de ter partido?
Sim, há outra pergunta:
Conseguirei ficar com um pedaço dela?
Não. Claro que não. E todos sempre souberam isso.
Por isso é que sei exatamente como cheguei aqui,
a esta realidade agradável
onde ela não existe.
Rafael Paixão
Poema Registrado
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