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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Incompletude

Sou espiritualizado
e venero a incompletude!
A incompletude do ser humano
faz de cada um de nós
um caleidoscópio!
Somos sempre aquilo mesmo,
mas nos mostramos, a cada
giro da Terra,
de uma maneira nova!

E tudo é feito ao acaso!
Projeto o meu amanhã, mas,
de repente, um fato corriqueiro,
e a priori irrelevante,
muda o meu futuro...
Meus planos
não fazem mais sentido!
E é nesses dias que me admiro
com a incompletude das coisas...

Os planejadores, pessoas
que vivem a vida de acordo
com um projeto pré-definido
se enlouquecem
com a apresentação do cotidiano.
Não há como prever o desjejum
de amanhã, então pergunto:
Como saber como iremos
terminar o projeto do mês passado?

O meu hoje só será entendido
amanhã, ou depois de amanhã...
Pois nessa perspectiva limitada
que temos sobre os fatos
recém acontecidos não há o ajuste
do senhor de tudo!
Para que algo possa tender
à completude, estado que não existe,
precisamos do tempo!

Temos que tentar compreender
o mundo em que vivemos,
nossa vida e aqueles que nos cercam
através da incompletude,
a minha segunda certeza nessa vida.
A outra todos conhecem: a morte.
Morte essa que é mais uma
expressão de que aqui somos incompletos!
Ou quem sabe seremos lá!

Estabeleçamos relações
entre os nossos espaços vazios!
Sim! Juntemos as nossas incompletudes
e em meio a todo esse vazio
esforcemo-nos por polir
nossa lupa e assim poder ver
que o que nos fere nada mais é
que o nada daqueles que
nada fazem para deixar seu nada.

Rafael Paixão
Poema Registrado

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