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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Nunca os vi!

Cavalinhos que rodavam sem sair daqui.
Um coreto esquecido de onde a música não vem mais.
Havia ali os trilhos do velho bonde.
Nunca os vi!

Havia homens que escondiam-se na escuridão,
e eu não sei se era por medo da vida.
Mas num claro queimar de coisas
eles guardavam lembranças de fé.

Nunca os vi!
Não vi os padres de batina preta.
Não vi as meninas de tranças e de chita.
Não vi os casais de braços dados.

Nunca os vi,
mas tenho saudade daquilo que não vivi
e sinto falta de tudo que não senti,
pois eu nunca os vi!

Rafael Paixão
Poema registrado

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