Vou desfragmentar você!
Pois ocupa em mim porções
de maneira desordenada.
Onde te coloquei?
Em meu tato há toques
que ainda trazem ar em mim.
Em minha mão eu sinto a sua
e lhe guio. Lhe formo.
Te fiz pra mim. Moldei.
Você até tinha formas
mas as suas janelas
não tinham luz, mesmo
que suas cálidas pálpebras
se abrissem para ver.
Minha língua tem seu gosto
que é doce e feminino.
Enganadas minhas coxas
lhe tateiam, ou melhor, se tateiam,
está ocupada! Você tem outras coxas.
Aqui nós erramos. Aqui o amor supurou.
Eis que cedo aprendi: meu.
Ainda mais cedo, que espanto, você decidiu
e sem dominar os gêneros possessivos
largou a sua terra e passado.
Quanto ao teu rosto
dele eu não me lembro.
Se perdeu por prioridade!
Ele nunca me encantou.
Vou juntar você em mim
e lhe colocar toda em um monte.
Mas ainda hei de guardar aqui
como foi triste nosso caminhar.
Rafael Paixão
Poema registrado
Um comentário:
:o)
Postar um comentário