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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Memórias de um passado breve

Tudo começa do começo. Me lembro como se fosse hoje; a primeira vez com ela...Tudo que a gente faz pela primeira vez tem uma coisa meio mágica, né?

Acho que temos uma insaciável sede por estréias:
A primeira página de um livro.
O primeiro gole de uma bebida.
O primeiro beijo.
A primeira transa.
O primeiro eu te amo.
Mas o bom memso é a estréia no amor (será que é esse o nome?).

Sabe? Aquele friozinho na barriga, vontade de estar junto.
E essa foi a primeira sensação que tive, uma vontade de ficar junto o dia inteiro, uma vontade irresistível... Eu sei que é idiotice minha, principalmente saindo da minha boca, mas os ogros também amam!
E acho que esse é todo o problema. Quando a gente quer algúem, a gente não quer jogos nem brincadeiras e testes, a gente quer de verdade.
E essa sensação de ficar junto, parece meio sessão da tarde acompanhada de pipoca amanteigada, aqueles filmes que a gente chora quando o casal fica junto no final. Mas pra falar a verdade, por um momento eu acreditei que havia chegado ao fim de uma busca eterna. Estava com a pessoa certa!

Engano. Ela provou o contrário! Parecia um livro que tenho: 256 demonstrações do teorema de Pitágoras... Leia: 256 maneiras de fazer o Rafael se sentir um lixo!
Mas o amor é igual caipirinha de buteco, todo mundo sabe que dá dor de cabeça, mas todo mundo faz questão de experimentar. Como eu gosto de caipirinha! Como eu sou burro!!!

Sempre tive o sonho de encontrar a mulher perfeita, que me amasse, que amasse em mim tudo o que sou, com meus defeitos, com minhas virtudes, que amasse meu jeito de vestir, meu jeito de falar, meu jeito de amar, que fosse atrás de mim, que me quisesse ao ponto de... nem sei!
Só sei que não queria algúem que me comparasse, que me rotulasse, que me visse como parte do que as pessoas esperam que eu seja.

E como disse que sou burro, é então que se faz planos: Sabe aquele chalé, com aquela lareira, só vocês dois, num final de semana em que um raptasse o outro? Ou aquela transa perfeita em lugares proibidos... Pois é. Planos... Mas é assim mesmo, algumas situações passam mas a busca continua. Depois que acaba? Pode até ser...

Bom a primeira sensação é de alívio, tirar da sua vida algo que sabe que não quer você na mesma intensidade que você a quer. Ter o controle dos seus sentimentos de volta. É como se a gente voltasse a ser criança mas sem a mãe pra regular.
Daí vem a fossa, você sai, ri, tenta esquecer, tenta não pensar que se ela estivesse ali seria mais legal, teria mais graça. E eu bebi, tomava uma pinga, e lembrava que era a bebida preferida dela... Veio o choro, a mágoa, o sofrimento. E eis que você pensa: Fiz a coisa certa, quem ama não maltrata, cuida! Para passar por isso sempre é melhor ficar longe.
E entre brincadeiras e sorrisos forçados, a fossa vai passando... e aos poucos você vai se libertando. Será?

E logo depois vem a saudade. Se começa a perceber que até as coisas chatas tinham sua graça. A carinha dela brava quando a acordava, ou aquele jeito de sabe tudo, alguns arranhões que recebia quando a gente fazia amor, o jeitinho doce e bravo de sentir ciúmes... Saudade... Muita saudade...

O que esperamos do amor, é que dê certo! Depositamos todas as fichas nele... é um jogo perigoso, um jogo de azar, ou você ganha tudo, ou perde tudo. O governo deveria proibir jogos assim! E eu? Bom, construí sonhos, planos em cima de alguém que não me queria de verdade. Perdi tudo, o castelo de areia se desfez. Mas o amor (ou seja lá como for que isso se chame) tem dessas coisas. As vezes até o cupido erra nas escolhas. Ainda bem que tem outro burro na história...

O meu conselho?
Viver ao máximo, todas as experiências, todos os amores. Você pode perder tudo, mas não se esqueça que entre jogos e tetativas, você também pode ganhar. As estatísticas dizem o contrário, mas como eu sou burro, dessa vez vou ignorar os números!

Rafael Paixão

Crônica Registrada

Um comentário:

Unknown disse...

Q maravilha de poesia.Parabens