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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Algo mais que estrofes

Este poema que te ofereço,
é feito de mágoa e de paixão,
de dor ausente e de martírio meu
e mais que tudo, ele é feito por quem
morreu durante o nascimento do plural.

Este poema que te dou, sou eu, todo eu.
Em horas boas e más, no tempo tolo
da vida, que vivida deste modo
é mágoa, é falta, é desejo suprimido,
é ódio de não estar à tua sombra...

Essa droga, que no momento eu uso,
é muito mais que um poema! É relicário!
É mortalha das minhas lágrimas
e é sudário do meu açoite de saudade
e da minha cruz de solidão!

É muito mais que um poema! Eu já disse!
É confissão dos nossos pecados,
é óleo sagrado, que confirma a mentira,
é extrema-unção pra mim,
morto pelo amor e vivo para sofrer.


Rafael Paixão
Poema Registrado

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