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domingo, 30 de março de 2008

Partida sem despedida

Com o som do motor do avião
e o coração oco pela partida,
o cachecol dança e serpenteia
fazendo alusão a morte.

Entrar naquela nave de aço
significa deixar meu mundo
e esquecer que um dia houve
neste chão dor e ódio.

A música que embala a decisão
me impulsiona a deixar tudo,
pois me trás a memória o sonho
das improváveis chances de vida.

Eis que o ronco aumenta em mim
e a paisagem passa corrida, voada!
Ao longe, embaixo, sem cores
eu vejo a minha casinha com chita.

Mas de repente, como um cogumelo
de fogo que se faz ao longe, ele pára.
O sangue pára e as artérias são veias!
Meu coração ficou em minha terra...

Rafael Paixão
Poema Registrado

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