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segunda-feira, 24 de março de 2008

Não temos como...

Quero-te por perto, mesmo que seja incerto
esperar-te com o copo cheio na mão.
Não chegas e então não me deleito,
mas me delicio com muito gelo.

Perdidos estamos em meio ao tempo
e não temos como marcar a espera.

Então te abraçarei e deixarei o copo
para que eu tenha horas em ti!
Não posso resistir a tua companhia
nem a lua branca no céu...

Perdidos estamos em meio ao tempo
e não temos como marcar a aurora.

No beijo perfeito fazemo-nos cegos
diante da realização da promessa
e sem tirar minha boca da tua
esperamos a cabeça girar.

Perdidos estamos em meio ao tempo
e não temos como marcar a respiração.

E se eu já estiver nu, que esteja em lençóis
e possa irradiar em ti tudo de mim
e então, se for o momento, faremos
o crime absolto de culpa incerta.

Perdidos estamos em meio ao tempo
e não temos como marcar a falácia,
não temos como marcar a cicatriz,
não temos como marcar a esperança,
não temos como marcar a bebida no copo,
não temos como marcar a vontade...

Rafael Paixão
Poema Registrado

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